Borboleta Preta

"Poeiras de crepúsculos tristonhos, lembram-me o fumo leve dos meus sonhos, a névoa da saudade que deixaste!" (Florbela Espanca)

Borboleta Preta

Somente aquele que um dia foi vítima

Desse sentimento chamado amor

Consegue escutar seu lamento, a dor

No peito aflito a cadência legítima

O gemido triste na brandura ínfima

Que adentra as noites frias sem calor

As horas moribundas sem sabor

O choro da lua do sol tão íntima

Todo o seu langor a noite me trouxe

Nas asas de uma borboleta doce

Na angústia dos meus pares descontentes

Noites iguais em dias diferentes

Esse é o destino de quem ousa amar!...

Para além do próprio amor se encontrar