Amor desvairado
Da noite breu que me capa os sentidos
Surge o vulto elegante do meu amado:
Corpo gingão, de olhar apaixonado
E gestos quentes, pouco comedidos.
Até nisso somos tão parecidos!
Requebros de um coração apaixonado
Ansiando a toda a hora ser mimado…
vivendo emoções, gestos não contidos.
E a nossa noite faz-se tão pequena!
Porque a vontade surge em catadupas;
Em uma junção a dois assaz obscena
Um e outro agarrando bem as garupas
Recriamos passes de uma faena
Sem olés, nem vivas, apenas upas...
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Sonetando”
Modocromia, Edições