Solidão que o fez poeta
Sozinho e revoltado sem razão
Como um fantasma que já não assusta
Uma alma que se esvai, mas tão vetusta
Encontra apenas paz na imensidão
Que busca se esvair de si em vão
E em plena fuga temeroso susta
E que não sabe mais o quanto custa
Uma viagem pela ilusão
Mas continua potencialmente
Um ser humano muito diferente
Sem semelhança com outros humanos
Mantém ainda de forma discreta
A mesma solidão que o fez poeta
E o faz poeta no passar dos anos!