NEUROSE
Vem, do lar das pulsões, a coisa estranha,
Num ritmo claudicante, num tropeço,
Um fim que atende a todos os começos,
Em descarga energética tamanha.
Lembro-me, mas esqueço e, quando esqueço,
Advém um sofrimento desmedido,
De maneira que as coisas, num pedido,
Requisitam-me vozes e endereços.
E eu não falo, e as coisas multiplicam...
Minha mudez, que se insurge e retorna,
Chegando mesmo a dor ao organismo.
Sofro de uma dor sem nome e sem forma,
De várias dores... muitas; todas ficam...
Aprisionadas no íntimo psiquismo.