ALTARES MUDOS
Na clausura de imensas catedrais
aturdido, suplico o fim das dores,
nas paredes se quebram os clamores,
voltam cacos de angústias imortais.
Sinto cantos soturnos de corais
ecoando no peito... Zombadores!
Uma luz me encandeia, são as cores
disparadas por pérfidos vitrais.
Às lamúrias, procuro em vão guarida,
assentado perante altares mudos
segurando minha alma descaída.
Os delírios bafejam carrancudos
as ruínas daquela despedida
e não tenho, senhores, meus escudos!