APENAS UM OLHAR

A onda batia nas pedras e quebrava

E outra vinha e fazia do mesmo jeito,

Em meio às águas havia quem chorava:

Era o marisco que sofria dores no peito!

Na briga das ondas e pedras sofre o marisco.

Mas a areia branca da praia é afagada

E ouve um poema recitado sem risco

E o mar murmurante a chama de amada.

As gaivotas agitadas soltam gritos

Em vertigens de ciúmes pelo mar

E nos voos fazem um zanzar em ritos.

Se o mar fica revolto, elas desvairam;

E em silvos declaram todo o amar

E choram quando sobre ele pairam.