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VOLÚPIA [783]
 



Num olhar amistoso que te passe,
em guerrilha, minh’alma bem se aferra
e, vibrando clarins, em ar de guerra,
extravasa metralhas, sem disfarce.
 

Ademais, um desejo me renasce,
e meu sangue fervente não te erra:
em teu corpo, o meu eu, aí, se encerra,
como que se albergando, num enlace.
 

Pois ao ver-te, nalgum fugaz instante,
os meus nervos me botam já cantante,
qual um bélico obus de artilharia.
 

A volúpia, por fim, me põe tão terno,
traz sublime leveza ao meu inferno
– em amores, esparjo fantasia.

 

Fort., 08/02/2018.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 08/02/2018
Código do texto: T6248213
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