SONETO DO DESPERDÍCIO

Minha pele refletiu tantos temporais

Que acabou ficando mais dura e pálida

Talvez tenha feito disso uma proteção a mais...

Num futuro distante eu a farei cálida

Sou mais que um menestrel e menos que um ator

Cravo minhas unhas na carne dos que amo por puro deleite

Não penso que seja por fetiche ou ardor

E faço Dessa confissão quase um enfeite

Claro que somos distantes e solitários numa multidão

Foste diferente seria até poético

Embora sejamos como uma centelha num clarão

E nessa pequena luz algo há de florescer

Bom ou mal, digno ou vil

Uma seita de menos pecúlio há de nascer

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 06/02/2018
Código do texto: T6247179
Classificação de conteúdo: seguro