SONETO DO DESPERDÍCIO
Minha pele refletiu tantos temporais
Que acabou ficando mais dura e pálida
Talvez tenha feito disso uma proteção a mais...
Num futuro distante eu a farei cálida
Sou mais que um menestrel e menos que um ator
Cravo minhas unhas na carne dos que amo por puro deleite
Não penso que seja por fetiche ou ardor
E faço Dessa confissão quase um enfeite
Claro que somos distantes e solitários numa multidão
Foste diferente seria até poético
Embora sejamos como uma centelha num clarão
E nessa pequena luz algo há de florescer
Bom ou mal, digno ou vil
Uma seita de menos pecúlio há de nascer