IMPÉRIO DESFEITO

Limpo o pranto que traz o abandono,

adormeço outra vez fatigado,

gigantescos portais o meu sono

escancara e vou fundo, alumbrado.

De paisagens dulcífluas sou dono,

um jardim divinal é mostrado,

tomo assento em fantástico trono

para ver tudo ali enfeitado.

Por momentos em ti me detenho

boquiaberto a pensar: "quanto engenho!"

Na coroa tens lindos brilhantes.

Amanhece, desfaz-se um império,

chega o sol, dá-me um beijo cautério,

alegrias se evolam distantes...