AMOR: ALINHAVO TÊNUE
O amor, colcha de retalho, tão melindroso
Alinhavo a puir-se nas feridas que traz
Sem o perdão, desfia-se no relento fugaz
De súbito, paira nos casais, um sentir rancoroso
Seda fina se rompe, no olhar de desdém
Antes unidos, corpos se separam longe além
Faz-se o divã de corações entregues ao dissabor
Cai-se no leito frio, ao findar-se o himeneu do amor
Amor, linho rude, a não fácil se coser
Em mãos indóceis, és mero retalho (sem delinear perfeito)
A liga de outrora jaz face ao sádico bel-prazer
No amor, veraz arlequinal, urge a unidade
a fim que filamentos se entrelacem sem nós(defeitos)
Há de se tecê-lo com néctar ( plena intensidade)