Soneto lunático
Sei! É perverso meu passo sem vento
eu tento, tropeço, sempre emperro
se erro não conserto, não tomo tento,
não frequento o Parnaso, e me ferro.
Enterro, faz bem pro verso o tormento.
Não me ostento e se começo encerro,
meu desterro só me pede assento
sem talento meu soneto é só erro.
Nâo sei se ainda passo no crivo
sempre vivo a buscar uma chance
embora eu canse, à tentar eu me atrevo
e escrevo, embora, escrevendo eu dance.
Versos são meus petiscos, os engulo
e eles fulos só me pedem que avance.
Josérobertopalácio