Soneto lunático

Sei! É perverso meu passo sem vento

eu tento, tropeço, sempre emperro

se erro não conserto, não tomo tento,

não frequento o Parnaso, e me ferro.

Enterro, faz bem pro verso o tormento.

Não me ostento e se começo encerro,

meu desterro só me pede assento

sem talento meu soneto é só erro.

Nâo sei se ainda passo no crivo

sempre vivo a buscar uma chance

embora eu canse, à tentar eu me atrevo

e escrevo, embora, escrevendo eu dance.

Versos são meus petiscos, os engulo

e eles fulos só me pedem que avance.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/01/2018
Reeditado em 30/01/2018
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