Refém da emoção
 
Faz mais do que se diz a sensibilidade
Posto que escolhe a certos elementos
Como cobaias crônicas de experimentos
Alheia a quanto aguentem às suas maldades
 
Calibra diferente aos possíveis parceiros
Que fossem afins numa plena empatia
Com uma meia dose dessa companhia
No seu completo plano de não ter inteiros
 
Deixa sempre brechas, pontos de sangria
Por onde se esgueiram astutos olheiros
Vassalos que utiliza como os seus vigias
 
Lança mão do medo quando era euforia
Prediz com mal tempo ao céu de brigadeiro
Afirma ser concreto o que é só fantasia


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INTERAÇÃO: Fernando Cunha Lima

SOL DE CATAPLASMAS

A emoção faz refém o ?cuore?
Perfura e fere e fura logo o peito
Lançando mão ao velho preconceito,
De ter em mãos aquilo que implore.
 
Persiste ajoelhado enquanto ore,
Desagua o sentir sem ter direito,
E assim, por não se dar por satisfeito,
Deuses pagãos por dívidas adore.
 
Atrás das moitas esgueiram-se olheiros*,
Em noites sem estrelas e tinteiros,
Que pintem e bordem gerações fantasmas.
 
Olhos vermelhos, pontos de sangria,
Procuram curas ao nascer o dia,
No amarelo sol de cataplasmas.
 

Ao mestre Edbar*, com carinho por Sua bela poesia.
30-01-2018. Fernando cunha lima. Jampa.