AS VAIDADES
Ah! Se pudesse me desfazer das vaidades
Que amargam o meu lacerado coração...
Ah! E se pudesse aniquilar as falsas necessidades
Semeadoras dessa densa cortina de ilusão...
Eu seria uma alma distante
De todas as ambições ou loucuras humanas.
Seria, pois, uma alma singelamente exultante,
Vivendo liberto do cárcere das ânsias profanas.
Se as vaidades desse mundo
Um dia se evanescessem do meu ser,
É possível que encontrasse algum alento profundo?
Seria possível que eu pudesse transcender
Os efêmeros valores através de um desapego fecundo
De tudo o que faz minh' alma esmorecer?