O passar dos anos
Hoje quando vejo meu vetusto retrato,
eu percebo que algum recado ele me fala;
diz-me que fui, talvez, moço de fino trato,
daqueles que, nesta vida, mandava bala.
Portanto, àquela mocidade eu sou grato,
seu ruído, na minha audição ainda estala;
mesmo que já me seja próprio uma bengala,
e não esteja tão bem assim, o meu olfato.
E sei, da juventude não encontrei a fonte,
jovem já fui, contudo agora não sou mais,
e isto não preciso que o retrato me conte.
Pois me vejo perguntando pelos meu sais,
e são abundantes rugas na minha fronte,
as vezes, esqueço o nome de meus iguais.
Hoje quando vejo meu vetusto retrato,
eu percebo que algum recado ele me fala;
diz-me que fui, talvez, moço de fino trato,
daqueles que, nesta vida, mandava bala.
Portanto, àquela mocidade eu sou grato,
seu ruído, na minha audição ainda estala;
mesmo que já me seja próprio uma bengala,
e não esteja tão bem assim, o meu olfato.
E sei, da juventude não encontrei a fonte,
jovem já fui, contudo agora não sou mais,
e isto não preciso que o retrato me conte.
Pois me vejo perguntando pelos meu sais,
e são abundantes rugas na minha fronte,
as vezes, esqueço o nome de meus iguais.