A inveja
É aço derretido na garganta;
É fel a escorrer do coração;
É fogo que dos olhos se agiganta;
É sombra dentro d’alma, é escuridão...
Ao ver que um rosto alheio fácil estampa,
Um sorriso sincero, uma satisfação,
A face se transforma na carranca,
Mostrando apenas dor ou aflição.
O pobre coração que a concebe,
Na lama e na miséria se mantém,
Só se destrói, se afunda, retrocede...
Pois, quando inveja chega e se detém,
Nada faz para aquele que a recebe,
Só mata e envenena quem a tem.