Soneto vazio

Corre enquanto meu verso inda escorre

toma um porre, coisa e tal, não me chama

cai da cama, olha o sal, senão morre

e não socorre, o sucesso inflama.

Vê a dama, está em coma, vai mal

ser anormal enferruja o verso

crêr no inverso, roupa suja ou mingau.

Molha o cal, não te soma ao malverso.

Não mais peço, não mais digo, só espio

dobra o fio, está demais pro vazio.

Um elogio sem sucesso é perigo.

Na obra eu não me ligo, mudo o assunto

morreu, é defunto, digo, não mexo,

Deixo portanto o verso e sigo.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/01/2018
Reeditado em 30/01/2018
Código do texto: T6239435
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