A ROSA RUBRA
A rosa não exalava perfume
E luzia ao bater do sol o lume,
Que adentrava a janela entre as cortinas,
Esvoaçadas ao vento soprado das campinas.
A rosa era bem aveludada
E parecia-me que fora molhada
Do orvalho que destilou pela madrugada
E a mão que a colhera sangrara do espinho.
A rosa eu olhava com todo carinho
Era tamanha a sua beleza e pasmei,
A mão que a colheu nem mesmo sei.
Mas o artista a eternizou na tela,
Naquela parede pendurada – a flor
Captada pela lente a rosa de rubra cor.