Soneto - Seguem frias
Nos desejos febris e eloquentes que me invadem a alma.
Ressonâncias dos teus beijos queimam-me os lábios
Que ainda assim, vivem a confiar em doses repetidas.
Tentando sanear as quimeras de um sonho que passou.
Como um desfiladeiro meus sonhos transitam nos becos
Que os meus olhos não distinguem e nem enxergam luzes
Papeando ainda sigo na jornada alimentada por ilusões
Que aos poucos vão ficando por entre a poeira da estrada.
Deslumbrando esperanças que não desgarram as fantasias
Que envolta num aprendizado de sequência, seguem frias.
No despontar de novos sois, ainda férteis me fazem viajar.
Embalsamados seguem os desejos armazenados em grupos
Dividindo meus pensamentos que rezam por teu aparecer
Diante desta solidão apocalíptica que vive em meus dias.