ESCONDERIJO DAS LÁGRIMAS
Eu sempre quis falar do tempo
Mais sapientemente ele me ignora
Pra ele o vento é a escola de seu lamento
Para mim sou seu invento assim como o passar da hora...
Tantas coisas ficam pelo caminho
Tantos sonhos se desbotam
Quantos pássaros não voltam pro ninho
E no jardim da saudade só capins é que brotam
Eita vida de tanto contraste
O amor que encontramos um dia se vai sem aninhar-se a pressa
E o nosso coração vira marmórea caverna de morcegos
Só a negra escuridão é o corrimão dos cegos
A Saudade é a bengala daquilo que amaste
E tristeza maior é conter o que o sumo dos olhos só a lágrima confessa.