ESCONDERIJO DAS LÁGRIMAS

Eu sempre quis falar do tempo

Mais sapientemente ele me ignora

Pra ele o vento é a escola de seu lamento

Para mim sou seu invento assim como o passar da hora...

Tantas coisas ficam pelo caminho

Tantos sonhos se desbotam

Quantos pássaros não voltam pro ninho

E no jardim da saudade só capins é que brotam

Eita vida de tanto contraste

O amor que encontramos um dia se vai sem aninhar-se a pressa

E o nosso coração vira marmórea caverna de morcegos

Só a negra escuridão é o corrimão dos cegos

A Saudade é a bengala daquilo que amaste

E tristeza maior é conter o que o sumo dos olhos só a lágrima confessa.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 26/01/2018
Reeditado em 26/01/2018
Código do texto: T6236627
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