O MONGE E A SERPENTE - o nirvana

O MONGE E A SERPENTE

o nirvana

Grande demais p'ro cesto onde vivia,

A serpente s'eleva toda ereta.

Bem diante d'ela o monge jaz, asceta.

Olhava-na nos olhos, todavia.

Ameaçadoramente bela e esguia,

Eis que prepara o bote por repleta

D'uma violência própria já inquieta,

A contrastar co'a paz que oferecia:

N'um átimo, ela voa em seu pescoço...

E crava as suas presas já tristonha

Por aquele que mata 'inda tão moço.

Após, ela inocula-lhe a peçonha,

Que súbito da morte lhe abre o fosso,

Adormecendo feito alguém que sonha.

* * *