Meu barco, o soneto
Nas águas do soneto que componho
navego. tal qual um barco eu fosse,
transportando letras, esses meus doces,
pra aportar nas praias dos meus sonhos.
Com os versos, a remar me ponho
por entre ondas de emoções, como se,
pudesse eu ter, do mar, as posses,
pra chegar ao porto que me proponho.
Vou navegando meu desatino
de ser poeta, desde menino,
a enfrentar correntezas com minhas rimas.
Seria demais querer a luz do sol.
apenas busco no horizonte algum farol
pra guiar meu barco na neblina.
Josérobertopalácio
Eu luto, luto, amigo, todo dia
Tentando melhorar minha escrita
Mas a rima, coitada, sempre grita
Pedindo uma melhor companhia.
Quer versos metrificados, espia,
Diz que com minha pressa o verso se agita
Quer roupagem de linho, não de chita
Esta arte não se compra com dinheiro
Só tu pra me ensinar, ACPinheiro
Mas se te negares eu prometo:
Começarei rangando o papel
O lápis eu atiro lá pro céu
E nunca mais irei fazer soneto.