SEMPRE APARECE UM AMIGO
Arrancaram-lhe da moribunda carcaça
o espírito ensandecido; arqueia-se encrispado
e cheio de sede e sanha busca a cachaça
entre andrajosos seres presos do outro lado.
Por vezes perde-se em tufos de fumaça
e buscam arrastá-lo ao fundo trasgos deformados
que esgargalam-se; vem mais um e outro passa
deixando rastros de podridão tais desgraçados.
Enfim encontra numa tasca um encarnado
que se farta com a etílica bebida, palreiro;
engolfado pela negra aura absorve a emanação.
A sede corre solta e o infeliz obsediado
tomba a garrafa e cai; o algoz vizando outro parceiro
deixa-o estorcegando-se sob a mesa, em convulsão.