"Tão linda"... a garganta, naquele dia,
"Tão linda"... a garganta, naquele dia,
travada e sedenta, gritando muda,
soltou, como ninfas novéis na brisa,
palavras, num rogo revel de ajuda.
Jamais, nem no sonho mais pio de vida
ou morte, nem tendo a negada fruta,
senti, nos meus olhos, a dor falida
do saber-me a nulidade absoluta;
e mesmo em tal modo, pescado, ousei
na total hipnose do amor preciso,
dizer que é tão linda... e tão linda amei...
Pequei, como peca o feliz cativo;
e tal felizardo eu, assim, virei;
por amar estar preso em local proibido.