a garota dinamarquesa no bar “santa fé”

- A Lili se divertiu? (...) / “O que aconteceu exatamente entre você e o Sander ontem à noite?” / - Nada. Não foi nada. / “Eu o vi te beijando, Einar. Então, por favor, se esforce um pouco” / - Ele talvez sabia quem eu era. Mas eu não era eu mesmo. / - Teve um momento que eu era a Lili. E acho que ele viu isso. Entendeu, Gerda? / Mas a Lili não existe, Einar.” (“A garota dinamarquesa” de Lucinda Coxon)

deve ser difícil ser quem não é
pântano ficará assim... bem ali
mais fácil dizer o que sempre vi:
tornozelo em pelos... alma mulher

tudo isso em cantos de bar “santa fé”
música, amigos... cerveja dali
deixei todos, voltei de marcha-ré
mas de jeito nenhum eu consegui

deve ser difícil ser você mesmo
e não ter que ficar vivendo a esmo
de degrau em degrau... de bar em bar

ainda mais difícil é separar
na queda estilhaços dos nossos cacos...
e toda angústia existe... só pros fracos



18/01/2017