SÃO ÁGUAS

São águas pasmas e quietas,

Como um espelho fundido,

Onde o sol se mira iludido.

É fogo ardente em águas secretas.

E o mar lança sorriso de escuma,

As ondas rolam na areia e desmaiam

Confessam amor em poemas que ensaiam

E recitam suaves palavras, uma a uma.

Agora são águas agitadas e enfurecidas

Que no paredão batem e arrebentam

Querem despertar as pedras adormecidas.

Agora elas se elevam em vertiginosa altura

Grandes vagas que se deitam e levantam,

São águas tão medonhas e cheias de doçura.