soneto do medo e da pressa
rapidamente cresce
e mais rapidamente murcha
o que é dito sem ressoar
no mais profundo da alma
palavras insustentáveis
na sua teia de mentira e leveza
desenho de luz e sombra
mandala de miragens rede
que encobre a falta excesso
vestindo a carência um grito
feito de debilidade e cinismo
e eu me incluo na corrente
quando não espero noturno
que a aurora vença o medo