TOURADAS
Mas se é o amor que me atiça a alma,
como os gravetos fazem na fogueira.
Por que retê-lo qual pérola à palma?
Se amar é infinita sexta-feira!
Dispenso o estetismo dos concretos!
Rejeito o ar blasé dos modernistas!
Paixão não edifica ângulos retos,
parnasianas curvas deixa à vista!
Não são demais os excessos ibéricos!
Navego pelo épico, pelo homérico!
Pecar por pouco é viver por nada!
Mas quando a pena seca ponho ao lado.
E a marcha toma conta do meu fado...
Toma-me, intrusa, a angústia das touradas.
*em inteiração a “Em nome do Parnasianismo” de Poeta Carioca.