Soneto III- Passarinho carente
Olha lá, o passarinho à voejar
Se apluma com toda venustidade
Carrega em si um lírico entoar
Que canta com toda a pureza da cordialidade.
Volitava em meio às grandes árvores
Buscava uma paixão no vento
Coração alado, buscava um pé-de-alferes
Tudo para dar fim ao desalento.
Da solidão que o tem perpetuado
Já não identifica mais a carência
Será que um dia enamorado estará?
Viveu por primaveras extenuado
Conseguiu extrair a decadência
Para quem sabe um dia no amor prosperar.