QUANDO FOI QUE VOCÊ ME ESQUECEU?
Deve ter sido num dia chuvoso,
Pondo suas mãos numa janela fria.
Lá fora o tempo tão nervoso,
mas sua alma sempre foi arredia.
Quem sabe numa noite sem gosto,
Na qual é nulo o frio na espinha,
Adormecida, esquecendo meu rosto,
Vagando em alma que não se arrepia.
Talvez quando se calaram os sussurros,
Diante dos meus cansados murmúrios,
No início de ecos sem alegria.
Ou então, ao me deparar com os muros,
Não compreendi a linguagem do escuro,
Esperando a luz onde não mais havia.