ENIGMÁTICA

Quem pode ser esta menina que amo tanto?
Que ora é sorriso e paz, ora é tristeza e pranto?
Que nunca se apresenta como a que eu almejo?
Quantas mulheres vêm, num único desejo?

Enigmática, não logro decifrá-la
Quanto mais quero ouvi-la, mais ela se cala
Se tento descobri-la, cruel ela se oculta
E quanto mais eu falo, menos ela escuta.

Em cada novo encontro chega diferente
Jamais deixa que eu sinta tudo o que ela sente
É mimetismo na alma (de quem? – nunca sei!)

Pois olha-me menina, abraça-me criança
Devora-me mulher, despede-se esperança
Retira-se, e eu me indago: qual delas amei?

Oldney Lopes©