Castigo

Esquecido, meu amor, pelos becos e vielas

Quão nítido rosto foram aves noturnas,

Às amargas lembranças quase diurnas...

Do jantar, o teu corpo belo à luz de velas.

Viam filhos, virou verso, não casamento;

Nas igrejas a fé cristã nos contestou.

Pelas lavas, o amor queimou, escorregou...

Destravando; é ser de alma em firmamento.

Agora prefiro perambular igual um cão,

Que cata invisíveis resíduos na rua da solidão

Por vezes, por vestes sujas, sem solução...

Vejo trilhos, vejo uns trens, despercebidos.

Pelo raio, ventania forte Iansã te levou,

Graças; Ó pai que me livrou desse castigo.

Wesley Moraes
Enviado por Wesley Moraes em 13/01/2018
Código do texto: T6225321
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