LOAS

Eles são vaticinadores ridentes

E fazem tudo para ficar evidentes

Moldam-se nas diversas apologias

E disfarçam inventando alegorias

Quando descobertos são plangentes

Confundem e chilreiam entre dentes,

Pois o vate só traz as palavras boas,

Mas como, se no coração só há loas?

São cheios de inverdades, prisioneiros,

Cultivam sofismas em férteis cativeiros

E plantam ventos no seu dia a dia.

Colherão tempestades no fim, portanto,

E não demora, no seu murchar, o pranto,

E tormento por recompensa naquele dia!