A FAGULHA

Nove de janeiro e eu à espera

Por aquela fagulha divinal,

Seja ela noturna ou matinal,

Venha da lua, terra ou d’outra esfera.

Pois ela é o start que eu preciso,

Impulso pra mover meu verso sonso,

Retido no espaço absconso

Das teias desconexas do meu siso.

Como já ocorreu de outras vezes,

Em fases de sonolência mental,

Aguardo esperançoso o final.

Que cesse este infernal marasmo,

Que dura dias, semanas, meses,

A nos reprimir o entusiasmo.

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Agradeço a bela interação do poeta Edbar

A Musa Cinzenta

Essa musa que nos acomete

Com seu indesejável apego infernal

É temporária e muito temperamental

Acusa inutilmente ser estresse,

Porém, é fake o alerta dessa tal.

A gente finge que é neurônio inerte

Escondidos dela, que ninguém merece

Expor que é apenas preguiça mental.

Ela repensa enquanto a gente tece

Insinuando partir afinal,

Fingindo ir pra ver o que acontece.

De súbito, como que atendendo às preces,

Um verso ou outro irrompe tal cristal

Em cores que ela sem querer fornece.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 09/01/2018
Reeditado em 10/02/2018
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