A FAGULHA
Nove de janeiro e eu à espera
Por aquela fagulha divinal,
Seja ela noturna ou matinal,
Venha da lua, terra ou d’outra esfera.
Pois ela é o start que eu preciso,
Impulso pra mover meu verso sonso,
Retido no espaço absconso
Das teias desconexas do meu siso.
Como já ocorreu de outras vezes,
Em fases de sonolência mental,
Aguardo esperançoso o final.
Que cesse este infernal marasmo,
Que dura dias, semanas, meses,
A nos reprimir o entusiasmo.
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Agradeço a bela interação do poeta Edbar
A Musa Cinzenta
Essa musa que nos acomete
Com seu indesejável apego infernal
É temporária e muito temperamental
Acusa inutilmente ser estresse,
Porém, é fake o alerta dessa tal.
A gente finge que é neurônio inerte
Escondidos dela, que ninguém merece
Expor que é apenas preguiça mental.
Ela repensa enquanto a gente tece
Insinuando partir afinal,
Fingindo ir pra ver o que acontece.
De súbito, como que atendendo às preces,
Um verso ou outro irrompe tal cristal
Em cores que ela sem querer fornece.