SONETO À MODA ANTIGA 02
“À proa com Jorge de Sena”
Recriar um soneto bem “à moda antiga”
Trata-se porventura duma tarefa aziaga,
Uso pena e não tenho espada nem adaga
Pois é como injectar veneno, eu que o diga.
Ir à fonte dos bons Clássicos é uma fadiga,
É como se, com luvas, estilhaçar fraga…
Longe de mim querer lançar alguma praga
Que a vida da Cultura a isso me obriga.
Ilustres Vates, de antigamente e de agora,
Reparai como Jorge de Sena fez desmaios:
Provocou todos os poetas com seus raios
Mas espalhou Poesia pelo mundo fora!
Dante, Petrarca, Shakespeare e até Camões,
Que grandes e desnecessárias consumições!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA