Essa vidinha
Preciso rasgar o lençol do desprazer.
Viajar à Marte e beber o meu vinho.
Mesmo que lá eu seja um ET.
Tô de saco cheio de viver sozinho.
Tanta grana e aplausos dos críticos...
Do que me vale tanta fama nos jornais?
Vegeto no cemitério de mortos-vivos.
A badalação não passa de momentos banais.
Não aguento tantos puxa-sacos à minha volta.
Preciso ser racional e viver a vida.
Essa vidinha me cansa e me causa revolta.
Os holofotes me produzem cegueira...
É preciso tornar minha casa mais divertida
E balançar na rede debaixo da figueira.