ARDENTE DESEJO
Aproximei-me com cuidado do leito
E a luz frouxa entrava pelas janelas
O vento, nas cortinas, fazia o efeito
Que parecia dourar as flores amarelas.
Movido pelo desejo irreprimível
Quis beber da luz escorrida no chão
Era-me, aos olhos, isto tão possível;
E, num repente, sorvia nada na mão.
Delírio dos olhos de mente insana!
Depois, tal qual criança, aquietei.
Sem entender o motivo desta gana.
Mas a luz tão dourada a entrar,
No meu puro âmago, a desejei;
E quase a sorvi com meu olhar...