De aço

Não me diga que tenho em vão

acumulado amor, se livre me é tê-lo

feito vulto aqui no meu peito.

Tal tem sido para mim, direção!

Empobrecido às vezes meu riso;

Mas para quem os deixarei de herança?

Quem os guardará na lembrança?

Enriquece agora que podes o aflito!

Porque o tenho comigo feito escudo;

Aço incorruptível! Por vezes à ferir-me...

Vivo-o, sim...mesmo sendo sombra; mudo.

Vagueia decerto, mas clareia os dias,

e sobra-me fôlego para o querer,

mesmo feito águas rasas por vidas.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 03/01/2018
Código do texto: T6215383
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