De aço
Não me diga que tenho em vão
acumulado amor, se livre me é tê-lo
feito vulto aqui no meu peito.
Tal tem sido para mim, direção!
Empobrecido às vezes meu riso;
Mas para quem os deixarei de herança?
Quem os guardará na lembrança?
Enriquece agora que podes o aflito!
Porque o tenho comigo feito escudo;
Aço incorruptível! Por vezes à ferir-me...
Vivo-o, sim...mesmo sendo sombra; mudo.
Vagueia decerto, mas clareia os dias,
e sobra-me fôlego para o querer,
mesmo feito águas rasas por vidas.
Jack Sousa