PROCURA
Ando a esmo sem amor e sem carinho,
A maldizer-me em versos tão chorosos;
Que causam sentimentos mui penosos,
A quem lê este poeta tão sozinho!
Pois, sou esse pobre e solitário espinho,
Sem sua flor em dias escabrosos;
Sonhando com os ares mais ditosos,*
Ao encontrá-la pelo seu caminho!
Sou aquele que procura a sua rosa,
Essa presença tão maravilhosa,
Pra embelezar o seu parco jardim!
E crescer espargindo seus perfumes,
Tendo o sol com seu salutar lume,
Aquecendo esse amor sem ter fim!