ESPINHOS E PALAVRAS

Já é tempo para o medo

E se madruga bem cedo,

Acorda ainda escuro na vida;

Em meio às rosas, uma margarida.

Em riste se aponta o dedo

E a acusação causa ferida.

Pondo-me a pensar, suo e fedo,

Ferido dos espinhos tomo a margarida...

Na mão a pálida e assustada flor

Por ser no repente colhida.

O doente das palavras entra em estupor!

E volta-se a olhar aquelas rosas

E na trilha aberta a dor sofrida,

Das palavras a dor é mais doída...