ENLUARADA
ENLUARADA
Uma mulher me veio em meio ao sonho:
Dizia que me amava, mas partia.
E eu, pasmo n'uma estúpida apatia,
Segui ao longe seu olhar tristonho.
Acordo de cenário tão medonho
Recordando a imagem que fugia:
O porte senhoril, a face esguia...
Ao luar, seus olhos baixos recomponho.
Mas não fixei o rosto, coisa alguma.
Sequer podia haver d’algo nomeado:
É todas as mulheres e nenhuma.
Era ela um recordar, porém, sonhado;
Alguém que a minha mente desarruma...
A mulher que me deixa em meu passado.
Belo Horizonte - 07 09 1997