COMO TE VEJO

Ando pasmado da tua preocupação,

Tu me feres e também assopras, pois;

Dilaceras sem piedade meu coração

E dizes que o amor está desgastado, depois?

Agora acordei, nunca mais peno!

Tu és serpente astuta e enroscadiça

De língua dividida que destila veneno.

Pensas que és flor, mas fedes como carniça?

Tu és um abismo que mata sem dó!

Se choras, vertes lágrimas de crocodilo.

Tu és inútil pedra quebrada de uma mó.

Tu és como gata que mia nos telhados

Que está em tempo de cio por aquilo.

Teus castelos são de areias talhados.