AH! CICATRIZES

Ah! Cicatrizes, marcas em mim,

Das feridas tão profundas e doídas,

Eram amores falados tão doces assim

Que deixaram minha alma toda moída.

Aqueles abraços vazando de amores

E vocábulos cobertos de puro mel,

Tão belos pareciam ramos de flores,

Eram suaves ao ouvido, mas depois fel.

Como faz sofrer o tanto amor falado,

Pois tinha setas cheias de veneno,

Espadas nuas de palavras viciadas...

Os separados, como seres alados,

Que sopravam frases como vento ameno,

pareciam carícias de mentes purificadas...