NO AR....
Minha alma já não é a mesma,
E a minha mente se mostra senil,
Para falar de amor, dor grotesca,
Ido ser que não me foi gentil.
Ignóbia vida de me sentar à mesa,
Com o olhar perdido num perfil,
De uma criatura, hoje longeva,
Neste meu coração ainda tão servil.
Por entre a fumaça e a incerteza,
Vindas do cinzeiro e da caneta,
Formigam os dedos no cigarro.
Expostas as cinzas e a sutileza,
Nos sopros que desenham a beleza,
Nor ar em que tento mas não te agarro.