ASSENTAMENTO
ASSENTAMENTO
Era roça, mas tinha ardor de luta.
Não era terra herdada, era conquista.
Pois não fora comprada a prazo ou a vista,
Ao que a sua valia era absoluta.
Por nada nem ninguém se lhe permuta
Esta terra a seus olhos tão benquista,
Retomada d'algum monopolista,
Visto que improdutiva e devoluta...
Cabanas e roçados dão a posse
Aos homens e mulheres assentados
N'um chão regado à lágrima agridoce.
Mas sonhos pelos campos veem semeados.
E, prontos a enfrentar quem quer que fosse,
Verdejam os terrenos ocupados.
Pará de Minas - 26 12 2017