CLAREIRA
Quem dera tu clareira no meu peito;
Mas parece que as noites estão mortas.
Prefiro dormir; juntar-me a elas;
Não falo em morte; falo em descanso.
Ao amanhecer, espero a piedade
De quem a tem. Tu ouvirás falar
De mim; Que teci lágrimas ao versejar.
Não espero tua vinda, nem tua vontade.
Agora, firmemente, meus pés ao chão,
Mas tocou-me; feito pluma, eu fiz voos...
Teu olhar ao meu, tal virgem de paixão.
É tão medíocre o meu drama de dama;
Rasgo o meu querer e costuro com linha fina;
Como quem endossa o amor e nem ama.
Jack Sousa