CLAREIRA

Quem dera tu clareira no meu peito;

Mas parece que as noites estão mortas.

Prefiro dormir; juntar-me a elas;

Não falo em morte; falo em descanso.

Ao amanhecer, espero a piedade

De quem a tem. Tu ouvirás falar

De mim; Que teci lágrimas ao versejar.

Não espero tua vinda, nem tua vontade.

Agora, firmemente, meus pés ao chão,

Mas tocou-me; feito pluma, eu fiz voos...

Teu olhar ao meu, tal virgem de paixão.

É tão medíocre o meu drama de dama;

Rasgo o meu querer e costuro com linha fina;

Como quem endossa o amor e nem ama.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 27/12/2017
Reeditado em 27/12/2017
Código do texto: T6209394
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