DOR DE ADORNO

Tal como de uma esbelta beleza

Circunspecta sua forma cintila

De um cristal vulgar é sua vileza

E meu olhar insiste em cingi-la.

Sobre a mesa graciosa permanece

Ao centro egoísta de toda cousa 

Quando o zelo cedido a envaidece

E contra isso nenhuma outra ousa.

 

Mal sabes o frágil adorno simplório

À que se deve sua tamanha fineza

Pois só és meramente um irrisório

Relicário para a verdadeira riqueza:

A rosa e sua corola sem pecado

Agonizando até o instante finado.

HenriqueBazzí
Enviado por HenriqueBazzí em 24/12/2017
Reeditado em 15/02/2018
Código do texto: T6207373
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