DOR DE ADORNO
Tal como de uma esbelta beleza
Circunspecta sua forma cintila
De um cristal vulgar é sua vileza
E meu olhar insiste em cingi-la.
Sobre a mesa graciosa permanece
Ao centro egoísta de toda cousa
Quando o zelo cedido a envaidece
E contra isso nenhuma outra ousa.
Mal sabes o frágil adorno simplório
À que se deve sua tamanha fineza
Pois só és meramente um irrisório
Relicário para a verdadeira riqueza:
A rosa e sua corola sem pecado
Agonizando até o instante finado.