SONETO DA SAUDADE.
Já triste, no penoso dia,
De primaveras mau dormidas,
De noites insolentes e deprimidas,
Do amargo olhar que se esvaia.
As dores no meu peito impelidas,
Entristece-la eu não queria,
Mas entre dores insistiu a agonia,
A nos transformar em feras feridas.
Desejei em vão beija-lá na face,
Desejei em vão o seu amor,
Desejei em vão tão proibida flor.
Nesse meu complexo enlace,
Nesta indefinida tentativa de disfarce,
Percebi que foi em vão a intensa dor.