SONETO DA SAUDADE.

Já triste, no penoso dia,

De primaveras mau dormidas,

De noites insolentes e deprimidas,

Do amargo olhar que se esvaia.

As dores no meu peito impelidas,

Entristece-la eu não queria,

Mas entre dores insistiu a agonia,

A nos transformar em feras feridas.

Desejei em vão beija-lá na face,

Desejei em vão o seu amor,

Desejei em vão tão proibida flor.

Nesse meu complexo enlace,

Nesta indefinida tentativa de disfarce,

Percebi que foi em vão a intensa dor.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 23/12/2017
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