A CARNE
A carne viva trêmula contrai
desata e o verbo ecoa um gemido
desaba em fogo no espaço atrai
de cheiro o gosto, do todo a libido
Dois corpos em um só vulto fundido
Força mordendo da pele se extrai
sangue que move o gozo pretendido
correndo quente ao músculo se esvai
As mãos procuram quantas depressões,
relevos todos, poros dilatando
tempo contar somando as contrações
Humano quanto se pode ser ante
a falta de existir suprida quando
num outro corpo se acha bastante