A CARNE

A carne viva trêmula contrai

desata e o verbo ecoa um gemido

desaba em fogo no espaço atrai

de cheiro o gosto, do todo a libido

Dois corpos em um só vulto fundido

Força mordendo da pele se extrai

sangue que move o gozo pretendido

correndo quente ao músculo se esvai

As mãos procuram quantas depressões,

relevos todos, poros dilatando

tempo contar somando as contrações

Humano quanto se pode ser ante

a falta de existir suprida quando

num outro corpo se acha bastante

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 20/12/2017
Reeditado em 18/07/2019
Código do texto: T6204255
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