MEU LOBO

Poetas mortos na estante me declamam

Seus versos mais impossíveis

E os passos no corredor percorrem

Em turba a nascente de meus alvitres.

Me fitam indiscretos os fanicos

Vestígios de tua senda, e sob a mesa

Pulsa teu nome, clama por um corpo.

Faltam-me meios, sobram-te o débil alopro.

Oculto teus signos, teus traços indizíveis

Curvas arquitetadas, silhuetas que aludem

Veronicas fremitas que a meia-luz confundem.

Meu lobo dócil, diz-me tua canção de sorte

Diz-me a tua duração finita, se quando tua vida

Se quando minha consumada morte.

HenriqueBazzí
Enviado por HenriqueBazzí em 20/12/2017
Código do texto: T6203440
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