Delirio reluzente
Os olhos brilham, mas seu lume pródigo .... encenam apenas
Adornos de citilância (d`uma áurea )que nunca tivera
Deveras magia , revestida em envolvente quimera
Ora, porque as desventuras da vida renega como tais?
Mas a cada reluzir há o piscar em hábil delação:
de que a fugacidade do instante os faz fraquejar
Não mais que o recordar os olhos hão de eternizar
Sob à luz da verdade lacrimejam em contradição
Ah fantasia do brilho, que efusivo colírio!
Os olhos tão bem sabem gozar tal ato cínico
De forjar o bem-viver com fervor extático
Soberamente reluzir mais que o sol talvez
Faça dos olhos contemplação de teatral altivez
Um dia ser astro-rei incita-lhe o delírio